Resumo de uma vida bem stressada

A minha vida desde quinta-feira anda numa roda viva!

Na quinta-feira por volta das 17h lá fui, com o maridão, para a maternidade para a tão ansiada consulta das 39 semanas e picos.
A Drª viu-me e decidiu fazer uma maldade... o tal toque, que dói "comó" caraças.
Disse-me que achava que o bébé iria nascer de parto normal nos próximos dias, mas caso ele não quisesse na próxima quinta, dia 14 de Janeiro, para estar na maternidade logo de manhã e de mala aviada!!!!! Confesso que fiquei um pouco ansiosa, já tinha ouvida imensas histórias sobre pessoas que a seguir ao toque entram em trabalho de parto..... sim, e eu pensei que iria ser uma dessas pessoas. Tal como a médica previra sangrei um pouco quando cheguei finalmente a casa, mas passei bem a noite. Na manhã de sexta-feira, acordei cedo e fui dar um passeio com o meu pai, ele levou-me ao cabeleireiro e depois de volta a casa para almoçar, eram umas 11h00m.
Sentei-me ao computador e começaram as contracções, suaves mas doíam. Achei que o melhor era apontar para ver a frequência. 11h35, 11h45, 11h57, 12h05, 12h12, 12h30, 12h36....
Vou à casa de banho, na tentativa de mudar de posição tal como a enfermeira parteira me tinha dito para fazer, e quando lá chego tinha as cuecas com uma mistura de um líquido pastoso e de sangue. Passado uma meia hora, agora sem contrações, voltei a ter a mesma mistura. Fiquei preocupada e liguei para a minha médica, lá para as 14h30m consegui falar com ela e aconselhou-me a ir até à maternidade.
Liguei ao meu marido, liguei para os meus pais e lá fomos para a maternidade, eu, marido e mãe, que o meu pai ficou a segurar as pontas com o nosso mais velho. Ah! e a mala, claro está.
Chegámos à maternidade deviam ser umas 15h30m, mais coisa menos coisa.
Fiz a triagem, e fiquei a aguardar, por volta das 17h uma enfermeira chamou-me para ir fazer o registo.
As urgências estavam, pelo que me disseram, complicadas, também não admira, têm 8 médicos obstetras de serviço, mas só 3 é que trabalham que são os séniores. Porque estavam lá 5 criaturas na amena cavaqueira, para trás e para a frente, que foi preciso serem chamados a atenção por uma enfermeira para me irem ver.
Sim, porque saí do registo eram 17h30m, e às 18h40m já fartinha de esperar, e de os ouvir ( na amena cavaqueira) perguntei a uma enfermeira se podia sair para ir falar com o meu marido que devia estar preocupadíssimo, ela olhou para mim com o ar mais incrédulo, e o diálogo que se segui foi este:
- Mas ainda não a viram depois do registo?
- Não. E eu podia ficar lá fora ao pé do meu marido.
- Sim, mas nenhum médico a viu depois de sair do registo?
- Não, mas posso ir até lá fora?
- Mas isto não é possível, ele estão os cinco ali na sala.
- Hummm, pois talvez, mas o que eu queria mesmo era ir falar com o meu marido. Depois chamavam-me.
- Sim, vá. Isto não é possível.
Claro, está que pisguei logo para a sala de espera. Assim que cheguei perto do meu marido e da minha mãe comecei logo a contar o que se tinha passado com o CTG, que estava tudo bem, e....
- Srª Sweet, queira por favor entrar.
- Ok, já? Mas nem passou um minuto.
Lá fui eu outra vez. Entrei na sala onde estavam os 5 médicos novinhos e pensei, mas vou ser vista pelos cinco????? Fiquei em pânico.
Uma menina (médica portanto), assim meio com sotaque venezulano e de unhas mega compridas e com pintura abstrata, começou a fazer-me as habituais perguntas, então do que se queixa, etc, etc. Comecei a responder, eis senão quando o telemóvel da Srª Srª tocou e a mesma, sem uma única palavra, simplesmente atende o telefone e começa a falar. Fiquei incrédula. Ela desligou o telefone, e olhou para mim de sobrolho levantado numa figura de desdém e eu disse:
- Ao menos desculpe...- a minha cara devia estar a espelhar toda a minha indignação.
Ela arregalou os olhos, e disse, agora num tom bastante mais amistoso:
- Desculpe, tinha de atender. Queira se despir da cinta para baixo, vou observá-la.
Bem quer me parecer que o episódio do telemóvel até foi bom, o exame correu bem, e ela foi simpática e meiga.
Resultado: As contrações não são de início de trabalho de parto e a dilatação mantém-se em 1 cm. Voltar só se deitar sangue estilo hemorragia, ou se deixar de sentir o feto.

E lá voltei eu para casa.

No sábado fartei-me de andar, arrumámos a casa das decorações de Natal, e puto pouco se mexeu. No domingo foi o caos. Ele não se mexia nem por nada. E eram 22h30m da noite e eu num pranto horrível, com uma angustia enorme, o meu marido acordou o mais velho, pegou em mim e toca para o hpspital, é que nem fomos para Coimbra.
Cheguei lá e novamente achei toda a equipa fantástica.
Para me acalmar encostaram-me logo o doppler para ouvir o coração do meu menino. Claro que não consegui evitar e as lágrimas corria-me pela cara tamanha era a minha alegria. Fui logo dar a notícia ao meu marido, e fiquei a aguardar que o médico viesse observar-me.
Lá me chamaram outra vez, fui observada, mantinha um dedo de dilatação, e fui fazer o registo. O médico disse-me que estava tudo bem com o bébé, mas se continuasse a não senti-lo e se desejasse mesmo que ele nascesse na maternidade que me deveria dirigir lá.
E assim voltei para casa.

Hoje cá estou. Sem contracções, mas já senti o meu filhote, de uma forma suave, mas já o senti.

Por isso vou esperar. Amanhã fazemos 40 semanas. E se não for antes, quinta-feira irei para a maternidade logo de manhã.

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