40 semanas e nada.....

Pois é. Hoje é o DPP, que nome "mai" lindo!!!! Dia previsto para o parto.... pois sim, até pode ser, não é, é o meu.
Já estou mais ciente e mentalizada que o parto vai mesmo ser provocado quinta-feira, isto se a médica não decidir partir logo para cesareana, que é a aposta da malta que se manifesta. Mas a bem da verdade se acertarem nisso, como nas restantes apostas, desde o sexo, à data de nascimento, o rapaz vai nascer mesmo de parto normal, e fácil, fácil.... mas se calhar acertam é nisso mesmo....

Enfim.... estou um bocadinho ansiosa, mas ao menos o meu menino ontem mexeu imenso, o que deixou este coraçã0 de mãe bem mais tranquilo.

João,
Meu filho,

A mamã e o papá já são completamente apaixonados por ti, aliás devo-te dizer que o são já há MUITO tempo. O mano, embora com algum medo de perder o espaço dele, o que é completamente compreensível, anda muitíssimo ansioso por te ver. Todos os dias beija a barriga da mamã, na prespectiva de minorar a sua ansia.
Eu, como não consigo ter ginástica suficiente para tal, contento-me em fazer-te festas através dos afagos à minha barriga, e o papá, adora encostar a cabeça dele, como se assim te pudesse ouvir.
Este mundo, embora completamente doido, e com muita coisa má e feia, também tem coisas estonteantes de tanta beleza, o pôr-do-sol, é das manifestações da natureza que mais emociona a tonta da tua mãe, uma romântica incorrigível pela vida e pelas emoções, que um dia se apaixonou perdidamente, por um homem que lhe mostrou que a vida era muito mais, muito mais mesmo. Tens a sorte de esse homem ser o teu pai. É um homem generoso, trabalhador, honesto, consciente, amante, sincero, bonito, discreto, intenso, seguro, porte atlético, magnânimo, e com um olhar capaz de trespassar paredes (aqui que ninguém nos ouve, deve ser das pestanas, muitas mulheres, matavam para ter umas pestanas assim....) enfim... sou apaixonada por ele.
Mas estava eu a contar-te as maravilhas deste nosso mundo. Tens de ver o mar, é magnífico, imponente, grandioso.... e o cheiro a maresia?!?!? Só sentindo. A mamã nem consegue descrever a sensação de paz que te pode invadir quando chegas a uma praia, descalças os sapatos, enfias os pés na areia, enches o peito de ar e sentas-te a contemplar o mar. É absolutamente divino.
Mas não se fica por aí, há o orvalho numa flor; o Natal e todas as suas luzes, amor e canções; o cheiro de pão quente acabado de cozer; o colo da avó ou da bisa; as cavalitas do tio; um beijo roubado; uma música do Nat King Cole; o eclipse do sol; uma noite de lua cheia; uma cama feita com lençois lavados; um campo de papoilas; Oviedo; Lisboa; o Tejo; um gato a espreguiçar-se; e o mais intenso, que espero que um dia o possas viver, o nascer de uma criança.
São tantas coisas filho, coisas tão boas, e estão todas à tua espera. Assim como todo o amor que temos para te dar.

Com amor,
Mamã

Resumo de uma vida bem stressada

A minha vida desde quinta-feira anda numa roda viva!

Na quinta-feira por volta das 17h lá fui, com o maridão, para a maternidade para a tão ansiada consulta das 39 semanas e picos.
A Drª viu-me e decidiu fazer uma maldade... o tal toque, que dói "comó" caraças.
Disse-me que achava que o bébé iria nascer de parto normal nos próximos dias, mas caso ele não quisesse na próxima quinta, dia 14 de Janeiro, para estar na maternidade logo de manhã e de mala aviada!!!!! Confesso que fiquei um pouco ansiosa, já tinha ouvida imensas histórias sobre pessoas que a seguir ao toque entram em trabalho de parto..... sim, e eu pensei que iria ser uma dessas pessoas. Tal como a médica previra sangrei um pouco quando cheguei finalmente a casa, mas passei bem a noite. Na manhã de sexta-feira, acordei cedo e fui dar um passeio com o meu pai, ele levou-me ao cabeleireiro e depois de volta a casa para almoçar, eram umas 11h00m.
Sentei-me ao computador e começaram as contracções, suaves mas doíam. Achei que o melhor era apontar para ver a frequência. 11h35, 11h45, 11h57, 12h05, 12h12, 12h30, 12h36....
Vou à casa de banho, na tentativa de mudar de posição tal como a enfermeira parteira me tinha dito para fazer, e quando lá chego tinha as cuecas com uma mistura de um líquido pastoso e de sangue. Passado uma meia hora, agora sem contrações, voltei a ter a mesma mistura. Fiquei preocupada e liguei para a minha médica, lá para as 14h30m consegui falar com ela e aconselhou-me a ir até à maternidade.
Liguei ao meu marido, liguei para os meus pais e lá fomos para a maternidade, eu, marido e mãe, que o meu pai ficou a segurar as pontas com o nosso mais velho. Ah! e a mala, claro está.
Chegámos à maternidade deviam ser umas 15h30m, mais coisa menos coisa.
Fiz a triagem, e fiquei a aguardar, por volta das 17h uma enfermeira chamou-me para ir fazer o registo.
As urgências estavam, pelo que me disseram, complicadas, também não admira, têm 8 médicos obstetras de serviço, mas só 3 é que trabalham que são os séniores. Porque estavam lá 5 criaturas na amena cavaqueira, para trás e para a frente, que foi preciso serem chamados a atenção por uma enfermeira para me irem ver.
Sim, porque saí do registo eram 17h30m, e às 18h40m já fartinha de esperar, e de os ouvir ( na amena cavaqueira) perguntei a uma enfermeira se podia sair para ir falar com o meu marido que devia estar preocupadíssimo, ela olhou para mim com o ar mais incrédulo, e o diálogo que se segui foi este:
- Mas ainda não a viram depois do registo?
- Não. E eu podia ficar lá fora ao pé do meu marido.
- Sim, mas nenhum médico a viu depois de sair do registo?
- Não, mas posso ir até lá fora?
- Mas isto não é possível, ele estão os cinco ali na sala.
- Hummm, pois talvez, mas o que eu queria mesmo era ir falar com o meu marido. Depois chamavam-me.
- Sim, vá. Isto não é possível.
Claro, está que pisguei logo para a sala de espera. Assim que cheguei perto do meu marido e da minha mãe comecei logo a contar o que se tinha passado com o CTG, que estava tudo bem, e....
- Srª Sweet, queira por favor entrar.
- Ok, já? Mas nem passou um minuto.
Lá fui eu outra vez. Entrei na sala onde estavam os 5 médicos novinhos e pensei, mas vou ser vista pelos cinco????? Fiquei em pânico.
Uma menina (médica portanto), assim meio com sotaque venezulano e de unhas mega compridas e com pintura abstrata, começou a fazer-me as habituais perguntas, então do que se queixa, etc, etc. Comecei a responder, eis senão quando o telemóvel da Srª Srª tocou e a mesma, sem uma única palavra, simplesmente atende o telefone e começa a falar. Fiquei incrédula. Ela desligou o telefone, e olhou para mim de sobrolho levantado numa figura de desdém e eu disse:
- Ao menos desculpe...- a minha cara devia estar a espelhar toda a minha indignação.
Ela arregalou os olhos, e disse, agora num tom bastante mais amistoso:
- Desculpe, tinha de atender. Queira se despir da cinta para baixo, vou observá-la.
Bem quer me parecer que o episódio do telemóvel até foi bom, o exame correu bem, e ela foi simpática e meiga.
Resultado: As contrações não são de início de trabalho de parto e a dilatação mantém-se em 1 cm. Voltar só se deitar sangue estilo hemorragia, ou se deixar de sentir o feto.

E lá voltei eu para casa.

No sábado fartei-me de andar, arrumámos a casa das decorações de Natal, e puto pouco se mexeu. No domingo foi o caos. Ele não se mexia nem por nada. E eram 22h30m da noite e eu num pranto horrível, com uma angustia enorme, o meu marido acordou o mais velho, pegou em mim e toca para o hpspital, é que nem fomos para Coimbra.
Cheguei lá e novamente achei toda a equipa fantástica.
Para me acalmar encostaram-me logo o doppler para ouvir o coração do meu menino. Claro que não consegui evitar e as lágrimas corria-me pela cara tamanha era a minha alegria. Fui logo dar a notícia ao meu marido, e fiquei a aguardar que o médico viesse observar-me.
Lá me chamaram outra vez, fui observada, mantinha um dedo de dilatação, e fui fazer o registo. O médico disse-me que estava tudo bem com o bébé, mas se continuasse a não senti-lo e se desejasse mesmo que ele nascesse na maternidade que me deveria dirigir lá.
E assim voltei para casa.

Hoje cá estou. Sem contracções, mas já senti o meu filhote, de uma forma suave, mas já o senti.

Por isso vou esperar. Amanhã fazemos 40 semanas. E se não for antes, quinta-feira irei para a maternidade logo de manhã.

39 semanas e tantas dúvidas

Ontem completámos 39 semanas.
39 semanas de: amor incondicional, revelação de mim própria, amor pelo meu filho mais velho, do meu casamento, e da minha postura perante a vida.

Neste final de caminho, sinto que vou ter saudades. Da barriga, do estado de graça, do brilho nos olhos do meu marido quando me olha, do orgulho que sinto em mim, dos beijos do mais velho na barriga, e claro dos mimos colectivos. Ah, e do calor que sinto, sabe bem, em pleno inverno, não ser a pessoa mega friorenta que sempre fui e julgo que depressa voltarei a ser!!!!!
Sinto que não vou ter a menor saudades da azia, da dificuldade em me dobrar, do drama que é virar-me na cama.

Neste final de caminho o que mais me assusta é o facto de não ter contracções, e não saber exactamente o que isso é. Passei a manhã com dores de período. Nada de muito forte, antes pelo contrário. Ao início pensava que isso eram as contracções, mas pelo que me foi dito, as contracções não são bem assim. E ou eu não as percebo, ou não as tenho de todo.
Felizmente amanhã tenho consulta na maternidade, e quase a chegar às 40 semanas, e sem contracções se calhar teremos que optar pela cesariana. E isso eu sei o que é. E não gosto nada daquilo que me espera... Enfim, resta-me rezar para que tudo corra bem, e o João nasça perfeitinho e cheio de saúde!!!

Uma angustia que se apodera de mim

Tal como no início desta gestação volto a viver uma angustia incontrolável por tudo aquilo que não controlo ou seja, quase tudo!!!
Amanhã fazemos 39 semanas. Não sei porquê, nunca pensei que o João quisesse demorar tanto a nascer. Sempre pensei que por esta altura já o teria nos braços, tenho pena de ter pensado assim, pois agora não consigo curtir estes derradeiros momentos.
Estou sempre a medir cada movimento dele, cada indicação do meu corpo.
Enfim.... amanhã será outro dia, e depois outro. Quinta-feira volto a ter consulta na maternidade, benditas consultas que me aliviam a alma.

Resumo da última consulta

No dia 29 de Dezembro, eu e o papai babado fomos a Coimbra para, a que iria ser, a última consulta de 2009. Lá chegados tivemos de esperar umas 4 horas pois a minha médica estava a operar. E decidimos ir dar uma voltinha a pé pelas redondezas.
Quando voltámos fui fazer o registo, 0 contracções, bom batimento cardíaco e alguns movimentos do bebé. Tudo em ordem. Passei para ser observada, pela minha médica e mais duas outras novinhas e muito, muito simpáticas, a Drª Sara e a Drª Ana Claúdia.
A minha médica fez-me o toque e disse-me logo que o João estava com uma apresentação completamente diferente da semana anterior, estava encaixado, "o colo estava apagado e permeável a 1 dedo", seja lá o que isso for!!!!! Ouvimos o coração do João, é sempre um regalo!!!!! E fiz mais uma análise qualquer, um esfreganço à CSI. eheheheh
Vim-me embora feliz e com indicação para voltar dia 7 de Janeiro, quinta-feira, mas caso sentisse necessidade, apenas para descanso emocional, poderia voltar dia 2 de Janeiro, sábado. De resto, apenas em caso de emergência, rebentamento do saco das águas, saída do rolhão, contracções regulares, perca de sangue, diminuição significativa de movimentos, o costume.

Tenho de facto a melhor médica do mundo. Sou muito sortuda, muito feliz, e tudo graças ao meu marido, aos meus filhos e à minha família. Toda a minha família, a que já tinha e a que ganhei depois do casamento!
Sou de facto FELIZ e queria que todos no mundo pudessem sentir o que eu sinto.

Cá estamos nós no novo ano!

2010, um número bem redondinho!!!! Está como eu!!!!!!!

Estamos bem, o João mexe muito, o que é óptimo porque me descansa emocionalmente. Mas eu estou enorme, cansada e mortinha por o ter nos meus braços. E não sou só eu, o pai esse está em pulgas para pegar no seu rebento.
É verdade João, a mamã, o papá e o mano só te querem olhar e dizer o quanto te amam!!!